02 junho 2019

Melô do Teste Automatizado

De tanto enfiar, gambiarra pra funcionar
Meu código até parece, sabe o que?
Ma-ca-rro-na-da da mama
Eu vou ter que refatorar, assim não pode ficar

Se esse método for colocado na classe acima
Esse outro a gente lima,
vou com teste completando

Vou testar, pra acabar com esse sofrimento
Eu não aguento, vou fazer o teste automatizado

De tanto enfiar, gambiarra pra funcionar
Meu código até parece, sabe o que?
Ma-ca-rro-na-da da mama
Eu vou ter que refatorar, assim não pode ficar

Se a função não tiver teste eu tô perdido
Vou perder meu feriado
Debugando o Javascript

Vou testar, pra acabar com esse sofrimento
Eu não aguento, vou fazer o teste automatizado

Forró do Elomar

Esse fato aconteceu, foi no centro de Natal
Numa empresa de TI, que queria contratar
E a moça do RH, já pronta pra entrevistar
Quando apareceu na porta esse tal de Elomar

Você sabe programar? Mas é claro que eu sei!
Você sabe compilar? Ah isso aí eu nunca usei.
Como assim o que é que há? É que eu uso RubyOnRails
Você pode me mostrar? O que? Meu repositório ou minha gem?

Nem carece continuar, candidato aprovado!
Que gostoso é parear, que galego arretado.
As moça não vão guentar, tem o irmão chamado Aldo
Ai meu deus esse Elomar é mesmo um cabra safado

Rap do Robô Ruby

Nessa vida de programador maluco
Me aparece cada situação
De repente um cliente, uma proposta bruta
Pra pegar de um site informação

Você tá louco, esse tipo de crime eu não faço
Se quiser tenho uns amigos lá do sul
Faz pra mim que eu te pago com essa jóia cool

Te dou um ruby
Pra você roubar
Com o seu robô

Quer fazer robô?
É só usar ruby
É só usar ruby
Pra fazer robô

Eu não sei programar em Java

Eu não sei programar em Java
Meu negócio é Ruby
Meu negócio é Ruby

Cento e cinquenta mil linhas de código
É muito pra minha cabeça

Minha avó diz que o Ruby é lento
Não ligo pro que ela pensa

Não sei compilar, não uso IDE,
Eu faço um site completo
Enquanto eu corto as unhas do pé

Laura

Bm                    A
Laura, teu canto me agrada
G7+           F#7
Na hora de dormir
Bm            Bm/A             A/G
Um sonho encantado a tua chegada
G7+          F#         F#7
Me afaga a alma e faz sorrir
G#Ø         F#7   Bm
Me encontro em ti

Bm                           A
Laura, sentir teu cheiro me acalma
G7+           F#7
O choro de servir
Bm            Bm/A          A/G
Teu passo em busca da estrada
G7+          F#         F#7
Me alaga o olho e traz porvir
G#Ø         F#7   Bm
Um banho em si

Bm      C#m      F#    F#7    Bm
Ê, lara iê, lara iê raiê raiô
Bm      C#m      F#    F#7    Bm
Ê, lara iê, lara iê raiê raiô

Bm                    A
Laura, teu ser minha saga
G7+           F#7
Razão de eu existir
Bm            Bm/A          A/G
Teu laço apertado à minha amada
G7+          F#         F#7
Balada eterna de sentir
G#Ø         F#7   Bm
Dançando em mim


Bm                    A
Laura, de ter minha cara
G7+           F#7
Me pega o amor a ti
Bm            Bm/A          A/G
Apoia em meu braço a tua jornada
G7+       F#         F#7
E apaga o medo de cair
G#Ø         F#7   Bm
Vivendo em mim

Economizar com Google Cloud

D   A7   D
Economizar,
   D       A7          G      A7   D
com Google Cloud você vai economizar
D   A7   D
Economizar,
   D       A7          G      A7   D
com Google Cloud sei que vou economizar

D               A7         F#m
Lembro quando a vida era difícil
F#m                B7     Em          A7
O servidor tinha vontade própria e dava pau
F#m         B7            Em
O chefe reclamava o tempo inteiro
  G                Em           A7    D
O senhor não vai gastar mais nenhum real

         A7         D
Agora eu vou economizar
           A7   A7add4 A7
Mudei pra nuvem
A7                G       D
A minha alma hoje é meu celular
         A7           A7add4
E todo o resto, todo resto
              A7
eu dei pro Google
          D
Eles que cuidem


D   A7   D
Economizar,
   D       A7          G      A7   D
com Google Cloud você vai economizar
D   A7   D
Economizar,
   D       A7          G      A7   D
com Google Cloud sei que vou economizar

D           A7        D
Foi numa manhã de 6a. feira
D            A7         D
Que me deu um ataque de fúria
B7                Em         
Arremecei um extintor
    A7           D
No armário do servidor
       B7   
E saí cortando
                  Em
todos os cabos de rede
A7             D
Explodi o roteador
B7              Em
Dei chute no monitor
        A7          D
Joguei tudo na parede

DDD

Sou consultor, estrategista sou doutor
Te pergunto seu cliente:
quem é teu fornecedor?
Se não existe tua sina é conformista
Dessa equipe a minha vista
Tu depende sim sinhô

Dê Dê Dê
Não resolve os problemas,
Mas ajuda a entender

Dê Dê Dê
Só clareia as perguntas
que você vai responder

Quando dois times já trabalham lado a lado
Tem núcleo compartilhado
Só não enxerga quem não vê
O teu contexto deve ser delimitado
Um sistema mapeado
É mais fácil de mexer

Dê Dê Dê
Não resolve os problemas,
Mas ajuda a entender

Dê Dê Dê
Só clareia as perguntas
que você vai responder

Valsa do Empreendedor

Am                              Bm5-/7                     E             E7            Am
Eu vou montar um negocio, já pensei na ideia e sou programador
Am                              Bm5-/7                     E             E7            A7
Tenho uma amiga designer, registrei um domínio, contratei servidor
Dm                   Am                    Dm                  Am
É um momento novo na minha vida de trabalhador
Dm                          Am
Chega de ser empregado
Am              Bm5-/7           E  E7               
Meu destino agora é ser empreendedor

Am              E7   Bm5-/7      Am
Empreendedor, empreendedor,
Am          Am/G  F7+          E7               Am     
O meu destino agora é ser empreendedor

Am                              Bm5-/7                                        E  E7         
Ter uma empresa é bacana, Não tem chefe, não tem grana,
                               Am
Basta um computador
Am                      Bm5-/7                            E             E7                A7
Uma garagem já serve Uns amigos, umas brejas e programar com ardor
Dm      Dm/C     Am       Am/G               A7                            Dm
Vou inovar, inventar, sei que vou encontrar um bom investidor
Dm                          Am
Chega de ser empregado
Am              Bm5-/7           E  E7               
O que eu quero agora é ser empreendedor

REFRÃO

Minha startup deu certo,
Fiquei rico, sou esperto,
Já virei um mentor
Falo as besteiras pro povo
E eles ouvem, acreditam
Que eu sou seu salvador

Mas eu sou só um ser humano salvando
     a si mesmo entendendo a dor
Sei que empreender é uma arte
Tentando faz parte
A sorte o amor

Empreendedor, empreendedor,
O que eu quero agora é ser empreendedor
Empreendedor, empreendedor,
O meu destino agora é ser empreendedor
Empreendedor, empreendedor,
O que eu quero agora é ser empreendedor
Dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor
O que eu quero agora é ser empreendedor

13 fevereiro 2015

Nada é luz

O fundo escuro da luz é claro que é
Tão seco e tão solto... Solto num salto de sempre
Sei tanto o azul escuro dessa noite
Que essa noite é luz, clara como a luz
Sou noite porque de dia eu chego
Chego de mim, chega nos olhos
O branco dos olhos azuis
A luz nos olhos
Tão certa e tamanha dor
O oposto amor, aposto
O escuro da sombra posta em mim
Sobra a serpente
A mais rastejante das mentiras
Tão funda no negro dos olhos que é luz
Olho nos olhos da noite em mim
Olho bem nos olhos
Tudo que vejo é mais um pouco de nada
Mais um pouco disso tudo e mais um pouco
Vazio, cheio de nada, cheio de tudo
Iluminado da escuridão, do dia
De hoje não passa

São Paulo - 19/10/2014


27 janeiro 2015

Escrever

Escrever é a única forma de viver
Viver sem escrever não é
Não é viver, é não viver, não
É viver sem ver
Ser sem viver nem ver não é
Não é ser, é não ser, não
É ser sem ver
Ver sem viver nem ter não é
Não é ver, é não ver, não
É ver sem ter
Ter sem viver nem crer não é
Não é ter, é não ter, não
É ter sem crer
Viver
Ex
Crer
Ver

São Paulo - 19/10/2014

01 outubro 2013

Sorriso da dor

Queria lembrar-me do dia
Que eu aprendi a não chorar
Se fosse fácil eu podia
Da minha história tirar

Desaprenderia esse medo
Que afoga meu coração
Me deixa chorando em segredo
Aguando meu peito em vão

Então a aflição sumiria
E só haveria alegria
Meu pranto teria uma cor

Iria chorar todo dia
Cantar que meu mundo é poesia
Que o choro é o sorriso da dor

(São Paulo - 20/01/2013)

27 setembro 2013

Dentro de mim

De casa
Pro carro
A verdade mora
Dentro de mim

Do chopp
Pro shopping
A cidade chora
Dentro de mim

De olho
Na morte
A idade passa
Dentro de mim

De fora
A fora
A saudade sobra
Dentro de mim

De noite
Agora
Divindade jorra
Dentro de mim

De hora
Em hora
Liberdade brota
Dentro de mim

Eu não sei onde estou
Mas vou buscar
Dentro de mim

Eu não sei quem eu sou
Mas vou buscar
Dentro de mim
Dentro de mim

(São Paulo - 27/09/13)

08 agosto 2011

Ar

artes unem trabalho, estudo e lazer
artes como caminho de abstração
artes estimulam nossa intuição
arte como fonte de inspiração
arte para a criatividade
art que emociona
art na integração
art-tecnologia
ars e ciência
respirarte
ar

(São Paulo - 08/08/2011)

13 dezembro 2010

Pistachio Gelato

Nesse sorverde me derreto
Com ele se vão todos os meus pensamentos
Se vão minhas verdades, minhas mentiras
Ao som de pérolas e sussurros
Surdo ao mundo
Surto aos montes
Num sabor misturado de sabores
De cores e dores

Que pistache doce poderia eu ser
Senão aquele afundado no escuro e melado
Resto da calda de chocolate
Entre pétalas de Chopin me vi nascer
Seria mais do que uma taça vazia
Não fosse a senhorita gorda
De pernas de fora
A sorrir pelo outro lado do vidro e da vida
Do outro lado sorvida
Por si própria e por mim
Shake de leite verde
Criado por mim, para mim
Esse é definitivamente o fim

15 novembro 2010

Som vermelho

Onde eu coloco?
Onde eu coloco?
Som sem voz e a raiva que grita dentro de mim
E grita forte
Onde eu coloco?
Todo caldo é quente
Quem te viu já sabe
Sou voz sem grito, sou grito
Grito alto!
Alguém que tem escuta escuta
Sou fúria de verbo
Vazio por dentro e por fora
De fúria cheia de nada
De nada cheio de fúria
O grito me explode, uma faca que vai cortando de dentro para fora
Esse muro invisível de insegurança
Muro de nada
Sou porco de carne
Sou pouco de alma
Sou torto de olhos

Quero o outro, quero externo
Na margem do ser
Quero cor de burro quando foge
Deixo marca, demarco
Doi em mim, doi no mundo
E faço doer
Faço multiplicar o som da dor
Que som tem você?
Que cor tem os seus?
Porque se me fere, tem som e cor
E dessa cor eu fujo
E desse som me surdo
Minha fuga é piar em você
Que cor tem você depois dos meus pés?
Faz um som para você ver!
Seja o que for,
Onde eu coloco você?

Me enlouquece
Me corrói
Não vejo nada além de você
Não vejo nada
Se você é nada, não vejo nada
Não vejo
E para sair para luz grito além
Grito além de mim
Corto o mundo, esfaqueio meu amigo
Esfaqueio meu inimigo
Meu inimigo é você
Meu inimigo sou eu
Meu inimigo é você dentro de mim
Você em mim é dor

Cheia de cor
Cheia de som
E vazio, sou vazio
Grito com você
Porque você não grita comigo?
Sou mudo?
Sou cego?
Sou sem você quase sem você
Se pisar grita
Se correr pisa
Se girar corre
Corre para bem longe
Porque se eu perceber você por perto
Farei do nosso mundo todo
Um pior do que o pior que ele já é

(São Paulo - 01/06/2010)

23 junho 2010

No país das maravilhas

Ô seu coelho pronde foi que você foi?
Se eu me enfiar nesse buraco não tem boi?
Ô seu coelho pronde foi que você foi?
Se eu me enfiar nesse buraco não tem boi?

Depois de tomar a poção mágica
Eu fui encolhendo de forma elástica

Eu tudo ficou tão grande
E o chapeleiro me falou
Toda a hora é 6 da tarde
De-sa-ni-ver-sa-ri-ô

Eu tudo ficou tão grande
E o chapeleiro me falou
Toda a hora é 6 da tarde
De-sa-ni-ver-sa-ri-ô

Ô seu coelho pronde foi que você foi?
Se eu me enfiar nesse buraco não tem boi?
Ô seu coelho pronde foi que você foi?
Se eu me enfiar nesse buraco não tem boi?

A dama de copas não era simpática
Mas a minh'aventura foi fantástica

Lá todo bicho era esquisito
A tartaruga que só chorou
Tinha um gatinho muito bonito
Sua boca me encantou

Lá todo bicho era esquisito
A tartaruga que só chorou
Tinha um gatinho muito bonito
Sua boca me cantou

Ô seu coelho pronde foi que você foi?
Se eu me enfiar nesse buraco não tem boi?
Ô seu coelho pronde foi que você foi?
Se eu me enfiar nesse buraco não tem boi?

(Lins - 21/11/2009)

17 junho 2010

A vi passar na: minha vida

A vi passar na minha frente
Quando te conheci
Estranhei o que vi
Fiquei confuso e desconfiado
Mas mesmo assim fui em frente
Te provei por uns dias
Nunca mais quis saber de outra
Você me mostrou a verdade
Você me ensinou a viver
Você me trouxe a paz que eu tanto procurava
Não sei nem o que dizer

Agora a vida é outra
Tudo diferente
Obrigado
Eu só sinto gratidão
Não vou dizer que não foi difícil
Viver com você não é fácil
Tem dias que eu não consigo nem te olhar de frente

Mas é só me afastar por alguns momentos
Que eu sinto a sua presença
Você me chamou e eu voltei
Para mais esse momento

Entre indas e vindas já foram muitas
Mas cada vez que volta é algo novo
Sonho com o dia em que viverei para sempre do teu lado
Mas foi você mesmo que me ensinou que nada é para sempre
Cada dia eu te entendo mais
Cada dia sou mais você
Pois ter você dentro de mim
É como ter tudo sem ter nada

E sem querer que isso dure
Sem pensar no que se acabe
A vi passar na minha vida

"Você é mais linda do que todos os sonhos que eu já sonhei"

(Miguel Pereira - 17/03/2010)

07 junho 2010

Onde estou eu?

Hoje é dia de derrota
Perdemos todas as crias
E os concursos e as festas
E as refeições divinas

Ouço o tom da desilusão
Que de ilusão me fez pensar
Que luz e chão estão em par
E eu sem mim: som de agonia

Mais sombra que ver a própria morte
É ver na vida que nada vive
Não ter um sonho que não se corte
Ser confundido
Ser devorado
Ser destruído
Ser inexistido
Humilhação

30 maio 2010

Integração

Eu sou meu próprio ouvido
Eu sou quem ouve o outro
Quem ouve o que houve

Eu não sou minha própria fala
Minha fala é o que dela escuta o outro
Não só o que ouve o outro
Mas o que houve dentro do que ouve

(Atibaia - 28/05/10)

24 dezembro 2009

Ai fone

Ai foi-se
Ai fofo
Ai foge

Ai fonte
Ai fosco
Ai fole

Ai forno
Ai fogo
Ai fome

Ai fosso
Ai foice
Ai foto

Ai forma
Ai foste
Ai forma

Ai forca
Ai força
Ai forte

Ai fono
Ai fone
Ai foda


24 novembro 2009

Pássaro de Aço

Eu só quero te levar
Para o canto mais bonito
Não sou mais do que você
Sou apenas um amigo
Dentro de mim você está
E voando só eu sei
Essa é a forma de viver
Então deixe-se levar
É seguro, isso eu sei
Juntos iremos chegar
Nossas forças quero unir
Muito longe é bem ao lado
Medo é bom me faz sentir
Não tem fim, é só lutar
Vem comigo para o céu
Que eu te volto lá do ar
Para um chão bem bem macio
E assim sempre será

(rumo a Foz do Iguaçu - 31/10/2009)

11 novembro 2009

Homenagem à Pessoa

Quando não temos rumo
É quando de fato escolhemos
Se já sei para onde estou indo
Simplesmente vou
Se não sei, escolho
E aí sim posso ir
Ir, ir, ir
Se, escolha, só por ir
Puro ir
Tira a Lógica
Tira a forma
Vai
Save o sábio?
Sua última cartada é colher
Flores ao sol quente
E quem te vê?
O homem do outro lado da rua
Em frente a tabacaria
Seu suor pinga ao rosto
Nem sequer si sente só
Junto a tantos outros que correm sem rumo
Você é apenas o outro
No outro si vê?
Quem o outro si vê?
Sem senso, cinsero.
Lá em cima, do alto de uma palmeira, ôôôô sabiá
Volta aqui menino, seu lugar no céu está reservado
Que céu? Aquele céu
Seu. Atravessado de girassóis e borboletas sem cor nem movimento
Corram! Plástico!
E volta o silêncio
O som mais intolerado pelo ser que se acha humano

(São Paulo - 17/06/2009)

02 novembro 2009

Refatorando

Refatorando e agindo para transformar e sentir
Re-fatora e age. Transformar em sentimento
Fatoração e reação. Formar sensação
Refatoração e ação em forma de sensação
Ação em forma, refatoração sentida
Formação, refaz coração sente
Transformação e coração quente
Força, cor, ação em ti
Fora, são cores em ti
São cor, e sente
Sem ti
Som

(São Paulo - 19/06/2009)

27 maio 2009

Lançamento do livro PARA TODOS

É com grande alegria que anuncio o lançamento oficial do meu primeiro livro: PARA TODOS. O livro é a materialização desse blog. Gostaria de agradecer todos os leitores pelo feedback durante todo esse processo. O lançamento, tarde de autógrafos será na Livraria Cultura do Shopping Vila Lobos, com direito a vinho e show musical do Trio Dellaz. Também farei a leitura de algumas poesias.

Todos são muito bem vindos nesse grande evento!


23 dezembro 2008

A-VI-ÃO

Aqui
Onde tudo acontece
E nada me acontece
Eu sou não
E nós
Antes da última volta
Da saída pela porta
Somos só ilusão

Comissários
Preparem para decolar
Essa Pessoa não conheceu.
Meu ponto no espaço
Minha alma cansada
Imoralmente desapareceu

Sou secreto
Ou coragem
Sou seleto
Ou vulgar

Não me importa, sou caminho
De troca, de salto, de voto
Escolho o que como
Escolho o que gosto
Entre ruas, e pistas e rotas
Descubro que em tudo nada me sobra
Sou eco do vácuo
Sem asa nem cauda

(São Francisco - 16/11/2008)

17 dezembro 2008

Dispenso

Nem lembro mais do devaneio da manhã
Era algum sonho, algum ponto de encontro
Sofri todas as ações do tempo do dia de hoje
E voltei a outro ponto de encontro
Será este outro mesmo?
Por que não o mesmo?
Me pergunto se a faca da razão
Não me corta o fio da liberdade que resta
E imerso num pensar sem fim
Me esqueço de sentir o que sinto
E não sentindo me esqueço de ser o que sou
Sou pensamento perdido
Me sinto perdido
E quando me encontro
(como entre essas palavras)
é porque parei de pensar.

05/08/2008 - São Paulo

10 dezembro 2008

Alto-falante

Grita fala
A boca chora
A boca come
E masca a carne
E cospe fora
E baba rala
E mexe a barba
De pêlo claro
Que tal beijá-la
Beber sua água
Soltar risada
Os lábios riem
Os lábios calam
A língua lambe
E leva lava
De calda quente
Se queima toda
Me morde mesmo
Me suga o sangue
A boca diz
Palavra muda
Si muda a forma
E move a alma
A boca para

05/08/2008 - São Paulo

02 dezembro 2008

Ser Xeique

Ela veio em peitos de sempre
Só que peitos menores vieram
E junto com peitos perfeitos que eram
Outras de ela trouxeram

E em mar de muleres bem quente
Mãos dadas e olhares curiosos
E eu a dizer indiferenças
Com todas sorrindo ao meu lado

Aí tinha uma moreninha
Bem tranqüila e sorridente
As mãos dadas eram ela
(Dadas as dela a mim,
não a minha às dela)

Sou xeique das arábias
Sou simples e alegre
Conto histórias de entretenimento
Conto sonhos de sonhos que invento

05/08/2008 - São Paulo

14 setembro 2008

Hoje

Vivo na encruzilhada do desejo
Escravo de mil fantasias
Eu as crio e nelas me deleito
Sinto da vida todas as delícias

Não posso realizar nenhuma delas
No mundo que acontece fora de mim
Mas dentro do meu pensamento
Vou com elas até o fim

Posso contar história, amar outras fora ela
Matar um homem, mudar meu sexo
Ser imoral, esfaquear meu próprio peito
Flutuar no mar, compor um concerto
Tudo eu posso, tenha ou não um nexo

Hoje eu quero beijar minha amante
E sentir na pele a dor de morrer
Hoje
O mundo infinito do meu pensamento

26/05/2008 - São Paulo

Sonho da reconciliação

Era o amor da minha vida
E uma criança ao seu lado
Já passou, já se foi
Mas só la fora

Aqui em mim ela ainda quer viver
Insiste em aparecer
Me confundir em mil significados
Pergunto o que ela faz aqui

Se ela veio em meu sonho
Está no que há de mais fundo

Lá foi lindo, eu fui até ela
Realizar meu mais escondido desejo
De fazer as pazes com seu coração
E foi que tudo ficou bem
Tínhamos juntos uma missão maior
Seus olhos não quis perder
Sua criança veio e me abraçou
Disse que a impediram de me ver

Agora já acordei e tudo se acalmou.

26/05/2008 - São Paulo